domingo, 27 de junho de 2010

Advogado do Cramulhão

Pois é confrades, dia de roubalheira.

Será?

Novamente levanto uma bola para discussão. O juíz não pode errar?

Bom, primeiro meus argumentos. Acho que faz sentido tratar como roubalheira quando no erro do árbitro, parece, e reforço, pelo menos parece, haver aquela má intenção de arranjar o resultado. E nem todos os erros, mesmos alguns crassos e outros crássicos, podem, ou pelo menos não deveriam, no meu ponto de vista, ser computados sob a mesma ótica, o no português claro, colocados no mesmo saco.

Os erros de hoje, tremendos e grosseiros, diga-se de passagem, me pareceram muito mais fruto de desatenção, incompetência e covardia do que uma roubalheira propriamente dita.

No caso do não-gol da Inglaterra, acredito que o auxiliar estivesse distraído, não tendo visto o lance. Vamos lá, pensando nas conspirações...se o jogo fosse entre Alemanha e Togo, e a jogada fosse um não-gol do Togo, até concordaria com a idéia de roubalheira. Mas eram duas seleções importantes, tanto no futebol quanto na política do futebol. Não consigo imaginar porque um assitente uruguaio prejudicaria intencionalmente qualquer uma das duas seleções que jogavam naquele momento.

No caso do gol da Argentina, tive a impressão que o juiz italiano cagou no pau. Parece que o telão do estádio deu o replay do lance (parece, porque tem gente que disse que não deu). O assitente o chamou para o mea culpa. Era só ele anular o gol. Mas não fez, preferiu não mexer na merda, achando talvez que fosse feder ainda mais. Agora, é uma baita duma sacanagem o telão no estádio colocar o trio de arbitragem nessa situação. Ou tem auxilio eletronico, ou não tem. Inclusive, mesmo vendo o lance no telão, pela letra fria da lei da Fifa, o juiz não poderia voltar atrás. Olhem a enrascada.

Desenvolvo um pouco mais o raciocínio. Porque quando um jogador erra, não há a identificação imediata desse erro com a roubalheira? Um jogador da Espanha mandou um penalti pra fora. Comprado? O zagueiro mexicano entegou a rapadura pro Higuain. Vendido? O Ronaldo teve um treco em 98. Uma conspiração mundial da Nike-Coca Cola-Pedro Bial? Não creio, em nenhum dos casos.

E ainda, quem torce pro Brasil tem que ficar bem quietinho, porque desde que eu me conheço por gente a seleção brasileira é beneficiada pela arbitragem. Se alguém se recordar de algum caso contrário nos últimos 20 anos, por favor, manifeste-se.

Sou contra complementos eletrônicos para auxilio do árbitro. Sou a favor de melhores juizes, mais atentos e corajosos, tanto pra tomar uma decisão quanto pra voltar atrás. Sou totalmente a favor do travesseiro e da cama quente, onde é lugar de chorar, e onde já amargurei muitas roubalheiras sofridas. Porque comemorar a roubalheira aplicada, isso a gente faz em qualquer lugar.

De resto, a bola está novamente erguida e considero todos em posição legal para o arremate.

3 comentários:

  1. Muito bem colocado.
    Acho que nem cabe recurso.
    Também não vi roubo ou, no linguajar técnico, dolo, nas ações dos árbitros.
    Ocorreu culpa, movida por imprudência, imperícia ou negligência.
    O dolo é intencional.
    E, além do mais, mesmo que a Inglaterra empatasse, a Alemanha acabaria vencendo, mais time que é.
    Por que nossa imprensa torce tanto para a Inglaterra?
    E no caso do México, nem precisa comentar...

    ResponderExcluir
  2. ...na caso do méxico, acho que vale um pequeno comentário, sim. o grondona, o ricardo teixeria argentino, é vice da fifa. se ele fosse mexicano, talvez o juiz tivesse um pouco mais de colhão. mas foda-se, eles são gringos, que se entendam. eu quero mais é ver alemanha e argentina, com toda pinta de final antecipada de uma copa que tá deixando a última no chinelo. ou não?

    ResponderExcluir
  3. Com certeza. Creio de após muitas tentativas, algumas mais outras menos frustradas, temos uma Copa de verdade. Quando a Alemanha vira referência, com toda a justiça, de futebol ofensivo, fica difícil reclamar.

    ResponderExcluir