Caros confrades
Geralmente eu reservo as manhãs das terças feiras para dormir até mais tarde. Como não dou aula, aproveito para cultivar minha maior virtude, a preguiça.
Mas hoje de manhã fui acordado bruscamente por dois fenômenos. O primeiro, um tanto doloroso. O segundo, extremamente edificador.
Bom, ontem, aproximadamente as oito da manhã, começou o inverno. E hoje, esse amigo que irá acompanhar o hemisfério sul pelos próximos três meses me fez uma visita nada calorosa. Acordei cedo por causa do frio, que por aqui chegou parecido com a defesa da Costa do Marfim. Como dizem por aqui, fez frio de rengar macaco.
Acordei mas não me levantei. Fiquei enrolando, meio que num desafio. Quando de repente, escuto gritos de gol com sotaque uruguayo. Aí me lembrei do jogo contra o México e pensei...caralho, os caras foram pra cima, deram um foda-se pro esperado jogo de compadres e estão levando o primeiro lugar do grupo.
Pulei da cama e liguei a tv. Na globo, a França encerrava sua deprimente participação na Copa com uma derrota pros Bafana Bafana. Eram mais ou menos dez do segundo tempo, dois a zero pros africanos, último jogo da primeira fase, quando o gênio Domenech chamou o Henry pra jogar. Sem comentários.
Na band havia um jogo de verdade pra assitir. E não foi sem surpresa que vi que não era só a Celeste que dava o foda-se pro jogo de compadres. Nossos irmãos Mexicanos também. O jogo era de uma correria, ataques pra todos os lados, chances perdidas e bolas salvas...Um ótimo aperitivo antes do almoço.
Final, um a zero pra Celeste e o primeiro lugar do grupo. Isso praticamnte garante o confronto na segunda fase com Coréia ou Grécia, o que também significa grandes chances de termos o Uruguay nas quartas (novamente, parece que o Menino do Rio se enganou).
Infelizmente isso significa que teremos Mexico x Argentina nas oitavas. Uma pena, pois com certeza a eliminação de qualquer um dos times significará menos futebol nessa Copa.
Encerro com meus parabés à Celeste, que finalmente parece conseguir fazer jus, em campo, à sua tradição.
...
Um último comentário, mudando de saco pra mala...
Do lado do prédio onde eu moro, existe uma espécie de hotel, pensão, república, sei lá, um lugar que abrigam muitos estudantes estrangeiros, em sua maioria absoluta sul americanos, que vêm estudar aqui na UFSM. Tem sido muito legal acompanhar o sucesso de nossas seleções a partir das manifestações da galera durante os jogos. Já ouvi muitos gritos de chilenos, uruguayos (que me acordaram hoje), paraguaios e argentinos. E dos brasileiros também, e muito (embora tenha gente que ache que aqui no RS não se torce pro Brasil).
Como diria alguém, esse futebol é um baraaaaato!
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