sexta-feira, 11 de junho de 2010

Mandamentos




Existem algumas coisas no mundo nas quais acredito.
E milhares das quais duvido completamente.
Acredito que 2 x 0 é o pior resultado do mundo para o time que está ganhando.
Acredito, ainda, (devo ser um dinossauro) que o jogador de futebol deve ser putanheiro, deve fumar, tomar seus tragos e ir pra náite. Deixem os trabalhos “sociais” para a igreja, afinal, são eles que cultivam a culpa. E os crentes (menos os de caráter duvidoso) então, para o inferno, se ele existir, ou para o linchamento, por via das dúvidas.
Acredito que um jogo em que vai se perder de feio, seja pelo placar ou seja pela importância da competição, deve terminar em porradaria. Ou melhor, não terminar (salve Almir!).
Acredito que todos os times que já ganharam uma copa do mundo (Brasil, Itália, Alemanha, Argentina, Uruguai, França e Inglaterra...só sete porra!) não deveriam se submeter à humilhação de participar das chamadas eliminatórias. Deveriam sempre ser os cabeças de chave dos grupos e o resto que se vire pra fazer o seu pior.
Acredito que a conquista da Copa de 50 deveria valer pelo menos o caneco de 3 copas do mundo, assim como a derrota em 82.
Acredito que uma final de copa nunca deveria ser decidida nos pênaltis. Antes o par ou ímpar que os malditos pênaltis. Em caso de empate, prorrogação. Empatou? Mais um jogo, e outro,e outro...
Acredito que países que se destacam mundialmente pelo kung-fu, badmington, 100 metros rasos, petróleo, walkman, capitalismo e cinema, boma atômica e campos de trabalho forçado, cangurus e Mad Max, taekwondo e carros baratos, fim da união soviética, e finalmente, por novas modalidades de golpe de estado, deveriam escolher seus melhores guerreiros, que seriam enviados para lutar até a morte por uma vaga no próximo mundial.
Assim como acredito que o árbitro deve favorecer o melhor. Juiz tem time, deve ter, é sua obrigação como participante da peleja. Vamos deixar de bobagem, e os indignados que comprem um tabuleiro de xadrez. O zagueiro italiano deu uma voadora no atacante coreano? Não foi nada, óbvio! O defensor da seleção do Togo olhou para o Messi dentro da área? Evidentemente temos um pênalti escandaloso! E os idiotas da objetividade que defendem os “recursos eletrônicos” (leia-se tira teima da Globo) para sanar as “dúvidas” (que ninguém tem) que vão acompanhar vôlei, tênis, boxe. Ah, esqueci que essas figuras, em geral, também acham que boxe não é esporte e adoram fórmula um.
Acredito que um bom nome ajuda a ganhar o jogo, ou pelo menos a intimidar o adversário. E nesse aspecto, a seleção da Holanda é campeã. Van Basten, Van Pierce, Robben, Frank de Boer, Hendrik Johannes Cruijff, Ruud Gullit (reparem nos dois “us”), David (não dêivid, e sim dávid...é sério hein...) etc. Não existe jogadores de futebol que tenham nomes mais legais e imponentes (ou impotentes?) que os holandeses. Isso mostra, (a contradição sempre se apresenta), que apenas ajuda, afinal, esse pessoal no máximo sentiu o peso da Copa da Europa. Mas devemos recordar de outros, e por que não, dos nossos?. Obdulio Varela, Diego Armando Maradona (esse é foda hein), René Higuita, Roger Mila, Carlos Gamarra, Zinedine Zidane (baita nome), Zagallo (o nome é bom), Félix (nome de gato para um goleiro), Carlos Alberto Torres (poderia ser rei da Espanha), Pelé (menos às vezes é mais), Zico, Sócrates, Falcão e finalmente (minha memória falha), Serginho Chulapa (apelido que era mais que um nome).
Bom, acredito que diminutivos são complicados e que erros do escrivão (tipo Maicon) são vergonhosos.
Acredito que Brasil e Argentina jogam o melhor futebol do mundo. E que, se houvesse uma final de copa entre essas duas seleções, logo após o apito inicial, os jogadores deveriam se juntar no meio do campo, misturar os times e jogar a maior pelada da história do universo, e mandar todos os demais 5.999.999.978 de humanos à merda.
Acredito que são onze contra onze e que ninguém é moleque e ninguém tem três côcos, que a bola é ruim pros dois times, assim como a chuva chove pros dois lados e o gramado é uma merda em pelo menos 45 minutos de jogo.
No mais...
Acredito na civilização do vinho.
Acredito que com café, azeite de oliva, cigarro, carne, cachaça, vinho, cerveja e livros a gente não economiza.
Acredito que teclado e saxofone deveriam desaparecer da face da terra, assim como aqueles saquinhos de mostarda e catchup.
Acredito que dormir está entre as 3 melhores coisas do mundo.
Acredito que realmente o Neguéti fez umas músicas muito legais.
E que a vida poderia ser muito mais simples do que nos fazem acreditar.
Do resto, duvido.
Do professor, da família, da união do grupo, da bola pra frente, da amarelinha, dos médicos, do preparador físico, do comentarista, da imprensa, do papa, do médium, do rabino, do pai de santo, do caixa do banco, da telefonista, do garçon, do cobrador, do taxista, do brigadiano, do arquiteto, do professor, do músico, do ator, do motorista, do google, e do Dunga.
Pessoal, a última Copa do Mundo aconteceu em 1986. O resto é conversa pra boi dormir e pra encher uns blogs que aparecem por aí.
Na minha opinião, é claro.
Saudações!

2 comentários:

  1. eu assinaria embaixo não fosse pela parte que toca na velha polêmica da vaga cativa para os campeões. depois da rodada de abertura, com um eletrizante áfrica do sul vs méxico e da pelada homérica entre dois campeões mundiais, frança e uruguai, será que não veremos nascer nessa copa um bric do futebol? dá-lhe madiba!

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